O que hábitos online dizem sobre saúde mental

Obviamente, o conteúdo do seu uso da internet pode sugerir certas características psicológicas. O que uma recente pesquisa descobriu é que a "mecânica" do seu uso da internet também é bastante reveladora. Por exemplo: com que frequência você envia e-mails, conversa por mensageiros instantâneos, transmite mídia ou troca de um aplicativo ou site para outro? A pesquisa, conduzida por um time de cientistas, psicólogos e engenheiros da computação, mostra ainda que essa análise poderia prever particularmente a tendência a depressão.
Os testes, realizados com mais de 200 voluntários, envolviam três categorias do comportamento online: "conjunto", que indicava quanta informação estava sendo enviada e recebida por uma rede; "aplicação", que relacionava a categoria geral do programa que estava sendo usado (e-mail, navegação, download de mídia, etc); e "entropia", que apontava o grau de aleatoriedade no fluxo de informação.
Os resultados mostram que padrões bem específicos em como alguém usa a internet estão seguramente relacionados a inclinações depressivas. Compartilhamento de arquivos por torrent, grande troca de e-mails e mensagens instantâneas, e a tendência de transitar entre múltiplos sites e outros recursos online: tudo isso prediz uma propensão maior aos sintomas de depressão. Os pesquisadores ainda desconhecem as razões exatas pelas quais isso acontece, porém, cada um corresponde a pesquisas anteriores sobre a doença. Trocar compulsivamente entre sites pode refletir anedonia, a habilidade reduzida de experienciar emoções, pois a pessoa busca desesperadamente por estimulação emocional. E-mails e bate-papos excessivos podem significar uma relativa falta de relacionamentos fortes face-a-face, já que o indivíduo se esforça para manter contato com amigos distantes ou pessoas novas que conheceu online.
A implicação mais interessante dessa descoberta é, provavelmente, a possibilidade de diagnosticar casos de depressão com antecedência. Essa é uma doença predominante e perigosa. E talvez uma intervenção tão simples, o rastreamento do uso da internet, ajude a permitir que ela seja descoberta e tratada mais cedo, mais efetivamente e para mais pessoas.

One thought on “O que hábitos online dizem sobre saúde mental”

  1. Poxa, que legal! Mais um lugar onde as industrias farmacêuticas podem encontrar novos clientes para aumentar suas margens de lucro... A final, antes eles só tinham os consultórios médicos e psiquiátricos, além de rastreios feitos em escolas, no exército, hospitais e clínicas de saúde. Esse público é limitado, pois nem todos estão na escola ou frequentam hospitais ou são militares. Mas todos estão na internet! Genial! Agora teremos muitos mais diagnósticos feitos de depressão e da nova doença "Transtorno de Dependência de Internet" e esse novos pacientes serão novos e felizes clientes das indústrias farmacêuticas e fiéis e eternos usuários de seus remédios.

    Realmente, não sei se fico feliz ou triste com isso. É muito abuso de poder isso, além de uma baita invasão de privacidade mascarada de um falso interesse em saúde... E se está duvidando de mim, sugiro assistir a este documentário que trata exatamente sobre isso: http://pablo.deassis.net.br/2012/08/o-marketing-da-loucura-estaremos-todos-insanos/

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